Klogi

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

As boas e as más intenções pavimentam o caminho para...

Dois títulos de programas educacionais que dizem tudo sobre visões de mundo:

+ Moral e Luzes: uma pérola. Nome do programa educacional de Hugo Chavez para a população rural. Diz tudo, ou melhor, berra anacronia e totalitarismo.

+ Curso de Iniciação À Cultura Geral: título de um bem-intencionado e bem-sucedido programa de inclusão para a população de baixa renda. Só que, não sei se eles perceberam, parte do pressuposto de que seu público alvo não possui nenhuma cultura, ou então de que a cultura deles não é cultura... (acho que eu sou é muito cri cri)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

O prazer indescritível de contrariar

"The Victorian Age was on its last legs, to be replaced by the rise of Modernism not only in the theater, but across public life. Ibsen died in Christiana on May 23, 1906 after a series of strokes. When his nurse assured a visitor that he was a little better, Ibsen sputtered "On the contrary" and died."

From: Wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/Henrik_Ibsen)

Marcadores:

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Paranóia ou mistificação?

A propósito da companhia telefônica de São Paulo

Minha família toda é esquizofrênica.
É isto que a companhia telefônica de São Paulo têm a me dizer. Ela insiste que, tomados por algum espírito maligno, ou por alguma doença psiquiátrica, ou mesmo sonâmbulos (essas são as hipóteses que levantamos) ficamos de madrugada falando por mais de 4 horas com pessoas que não conhecemos (ou que pelo menos o nosso consciente não conhece). Será que é caso de exorcismo ou de prozac?

Minha família é um ninho de cobras.
É isto que a companhia telefônica de São Paulo nos disse. A atendente do labirinto virtual que eles chamam de atendimento ao cliente afirmou que alguma pessoa da casa ("Você tem filhos adolescentes?") está mentindo. E que de acordo com "testes" as ligações foram feitas da nossa casa. Só faltou a mulher dizer que era pra fazer um paredão (como do Big Brother) e expulsar o infrator.

Na minha família só tem malandro
Completa a anterior. É assim que a companhia telêfonica trata seus clientes quando o assunto não é lucrativo para a empresa. Depois de mais de vinte anos sem uma única conta atrasada, nos tornamos a escória, um símbolo de desonestidade, simplesmente por não concordarmos calados com o que "as regras da empresa" determinam.

O oráculo
Gostaria de saber que é o ser superior que determina todas as impossibilidades que os atendentes nos impõem. Quem é o "sistema", quem faz as análises, quem libera os serviços, quem fiscaliza os funcionários, quem os orienta a agir de maneira a incitar os piores instintos nos consumidores?

A era Virtual
E o pior é que não podemos, nem alegando estar fora das plenas capacidades mentais, ter um embate justo (ainda que acalorado) com alguém que realmente possa nos atender. Só conseguimos falar com seres de má vontade que desconfio que sejam gravações, afinal só sabem repetir, repetir, repetir... Não há rostos, não há laços, não há responsáveis: só um monte de porcaria virtual projetado para postergar soluções, vencer pelo cansaço e causar irritação.

A pergunta
Depois de dois meses a vagar no labirinto, me pergunto (à moda de Monteiro Lobato):
Paranóia ou mistificação?

Marcadores:

Vocabulário do motorista paulistano VII

Ford KA: s. m. carro de pequeno porte globalmente desrespeitado por sedans 2.0, ônibus e caminhões devido a sua baixa potência

vingança: s. f. Ford KA quebrado na boca de uma das pontes da marginal provocando um engarrafamento de alguns quilômetros.

ameaça: s.f. tentativa de intimidação dos sedans 2.0, ônibus e caminhões por meio do cruel atropelamento do triângulo de sinalização

vergonha: s.f. sentimento do motorista do carro quebrado ao ser empurrado para a grama do canteiro central da rodovia

ps: Ironia: consultar o Vocabulário do motorista paulistano II

Marcadores:

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Reivindicações de uma motorista paulistana

Caros senhores da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo,

Por meio de uma intensa e diária observação do sistema de trânsito paulistano, um dos mais complexos do mundo, desenvolvi algumas soluções que visam diminuir os acidentes e o stress entre os componentes do sistema de transportes da "cidade que não pode parar". Por obséquio, leiam com atenção:

1) Distribuição maciça de relógios despertadores. Esta medida também poderia ser realizada por meio de uma parceria com a companhia telefônica, que disponibilizaria o serviço de despertar a todos os motoristas. A pressa é inimiga da perfeição.

2) Proibição da buzina. Pesando-se os prós (a buzina tem lá suas utilidades pacíficas) e os contras, vale mais a pena eliminar esse meio de agressão sonora. Concentre-se em dirigir e não em xingar simbolicamente os companheiros de via.

3) Curso de dois meses sobre fila indiana (pré-requisito para a habilitação). Dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo, por isso uma fila anda mais rápido (e de forma mais segura) que um bolinho de carros.

4) Assistência psicológica e psiquiátrica aos infratores (conhecido popularmente como "Tá estressado, vai pescar"). Coitados, muitas vezes é pura carência, eles só querem um pouco de atenção, com suas buzinas e suas manobras arriscadas.

Atenciosamente,

Srta. Keri

Marcadores: